quarta-feira, 14 de abril de 2010

COMISSÃO DE PSICANÁLISE E CULTURA














Contextos e Manifestações do Esporte no Brasil e a Formação de Atletas
Wanderley Marchi Jr
Doutor em Educação Física,
Vice-presidente da Asociación Latinoamericana de Estúdios Socioculturales del Deporte – ALESDE Brasil,
Professor dos Departamentos de Educação Física e Sociologia da Universidade Federal do Paraná.

Algumas Reflexões sobre Corpo, Sujeito, Esporte e Psicanálise
Lindamar Luiza Q. B. Vendruscolo
Psicóloga (CRP 08/07308-0), Psicanalista,
Membro da Biblioteca Freudiana de Curitiba,
Consultora do Programa Esporte Cidadão Unilever


DATA: 15 de abril de 2010 – Quinta-feira
HORÁRIO: 20:30
INSCRIÇÃO: R$ 10,00
Membros isentos
LOCAL: Biblioteca Freudiana de Curitiba


Rua Hermes Fontes, 792 Batel- Curitiba – PR
Fone/Fax (41) 3342-6238


Transcrição do evento:

Wanderley Marchi Jr.

Foi atleta de vôlei e seguiu um caminho diferente daquele que os atletas costumam seguir. Foi estudar Educação Física e decidiu seguir a carreira acadêmica. Foi estudar Sociologia aplicada ao esporte.
Tecnicamente, o esporte pode ser visto sobre duas perspectivas:
1º. Perspectiva Passional. Que seria a visão do senso comum; sem sustentação científica, mas não visto em termos pejorativos. Seria uma perspectiva sob o ponto de vista da paixão que o esporte desperta. Exemplo disso são as crônicas esportivas que são capazes de despertar nos leitores tanto o endeusamento do atleta, quando consegue uma marca incrível em determinada prova; ma também pode despertar um fracasso num único momento. Permite separar o sagrado do profano; o sublime do subalterno.
2º. Perspectiva Acadêmica. Que vai definir o esporte, sob o ponto de vista da academia e com a devida sustentação científica: como uma ação social, institucionalizada e com suas federações. Deve ser ainda:
Convencionalmente regrado;
Desenvolvido com base lúdica
Em forma de competição;
Envolve recompensas internas e externas;
E ainda utilizando-se de recursos da natureza como prova (rios, picos, montanhas)

Esses itens acabam causando, principalmente nas crianças, expectativas exageradas com relação a êxitos e fracassos, e uma corrida pela profissionalização, cada vez mais cedo no esporte. O que por sua vez, acaba por criar um mercado, em torno de um talento ou outro que seja considerado promissor. Exemplo disso é a questão da identidade esportiva que o atleta acaba assumindo, ou melhor, perdendo. O atleta acaba não se reconhecendo mais fora da profissão, quando chega o momento de largar a carreira, porque se habitua, desde muito jovem com o ambiente competitivo.

Wanderley apresentou ainda o conceito polissêmico de esporte; vários sentidos, funções e contextos:
· Característica educacional;
· Esporte/lazer, cuja característica principal seria a informalidade;
· Esporte enquanto qualidade de vida, levando em conta regularidade e intensidade.
· Esporte de reabilitação, responsabilidade social. Mas que pode levar a um discurso salvacionista.
· Perspectiva de rendimento.
· Esporte profissional.


No Brasil por conta dos grandes eventos esportivos que serão sediados aqui, são atribuídos valores no dever constitucional, através das:
· Conferência Nacional do Esporte;
· Plano decenal
· Sistema Único do Esporte.
Wanderley questiona a criação de políticas sem o devido planejamento, como uma atitude de emergência. E acredita que sem que haja um esforço civilizatório e um investimento sério na formação dos atletas, que envolva um trabalho, desde as categorias de base e com o respaldo da antropologia e sociologia do esporte; não é possível um trabalho completo.


Lindamar Luiza Q. B. Vendruscolo.


A psicanalista, apresentou um contraponto através de sua experiência com o trabalho votado a atletas. E levantou como questão o corpo na psicanálise: se antes o futebol era considerado como uma arte, onde o talento e habilidade eram o mais importante. Hoje em dia está sendo mais requisitado o jogador que for o mais forte, o mais alto. Isso por sua vez acaba gerando nos pais um sentimento de culpa e de fracasso, por não ter transmitido aos filhos essas características. Nesse ponto a que se analisar os significante envolvidos nesse contexto.


Sujeito barrado → o corpo, com Freud que vai dar voz às histéricas.


Um corpo erógeno/pulsional, mas ancorado no psíquico. O momento do nascimento do corpo, não há apenas um corpo biológico, mas há um corpo pulsional.
E o que a psicanálise tem a dizer a essa respeito? Qual o lugar que ela ocupa?
Nesse sentido, Lindamar não consegue enxergar uma forma de a psicanálise atuar no campo do esporte. Para que aja a análise, é preciso que aja um sofrimento e também que se tenha alguém com uma transferência com a psicanálise. O que aponta para o sujeito do inconsciente. Nesse sentido, pode-se pensar a psicanálise inserida no campo do esporte, sob o ponto de vista da formação e educação dos atletas.


Dica de filme: O segredo de seus olhos, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro.

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