segunda-feira, 30 de novembro de 2009

O que é poesia?


A Confraria do Vento e a Casa das Rosasconvidam para o lançamento do livro O QUE É POESIA?organizado por Edson Cruz
Depoimentos de 45 poetas contemporâneos brasileiros, portugueses e hispano-americanos respondendo a três questões essenciais sobre o fazer poético de cada um deles. O lançamento contará com debate, recital e performance:

16h – DebateOs caminhos da poesia contemporânea brasileira:dificuldades e acertos
ComAffonso Romano de Sant'Anna, Carlito Azevedo, Carlos Felipe Moisés,Lúcia Santaella, Márcio-André, Nicolas Behr e Ricardo Silvestrin. Mediação: Edson Cruz.

18h15 – RecitalPoeta em Voz Alta ComAdemir Assunção + Affonso Romano de Sant'Anna + Carlito Azevedo + Carlos Felipe Moisés + Claudio Daniel + Claudio Willer + Donny Correia + Edson Cruz + Eunice Arruda + Flavio Amoreira + Frederico Barbosa + Luiz Roberto Guedes + Marcelo Ariel + Marcelo Tápia + Márcio-André + Micheliny Verunschk + Nicolas Behr + Reynaldo Bessa + Ricardo Silvestrin + Rodrigo Petronio + Victor Paes + Virna Teixeira. Mestre de Cerimônia: Frederico Barbosa

21h – Performance multimídiaBoca também toca tambor comRicardo Aleixo

O evento faz parte das comemorações pelo aniversário da Casa das Rosas.A Rave Cultural é um evento da Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura cuja primeira edição foi em dezembro de 2006. Desde então, tornou-se a festa anual em comemoração à reabertura do local como espaço de poesia, homenageando o poeta concreto Haroldo de Campos. Em sua quinta edição, a Rave Cultural prepara grandes atrações que começam às 14h do dia 5 de dezembro e se estendem até as 5h da manhã do dia 6. RAVE CULTURAL 2009Sábado e domingo, 5 e 6 de dezembro

CASA DAS ROSAS – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e LiteraturaDiretor: Frederico BarbosaAv. Paulista, 37 -Bela Vista – Metrô BrigadeiroFone: 11 3285-6986/ 3288-9447Funcionamento: Terça a sexta, das 10h às 22h.Sábados e domingos, das 10h às 18h.

Aceleração e depressão.

Programa apresentando ontem a noite pela série da rede cultura de televisão: Café Filosófico. Cujo módulo trata dos efeitos psicológicos da crise, ontem o tema tratado por Maria Rital Kehl foi “aceleração e depressão”.
A conferência começa com um vídeo de uma música de Paulinho da Viola que trata do tema do imediatismo na cultura atual. E nesse paradigma o capitalismo é o senhor do tempo, porque tempo é dinheiro. Para podermos fazer uma relação entre o tempo e a depressão, vamos investigar qual é o trabalho do psiquismo: seria basicamente de representar o objeto faltante, e o que conta aqui é o tempo de espera da satisfação pelo bebê recém-nascido. O grito do bebê faz a mãe vir e a vinda da mãe traz satisfação à angústia da criança e isso torna-se uma primeira marca dessa experiência e um primeiro trabalho psíquico que é um trabalho de alucinação. Vemos que ai existe os intervalos temporais. E num segundo momento que esse movimento acontece, vai permitir que a criança não alucine mais. Com isso, fornece representação para aquilo que falta, esse é o trabalho do psiquismo. E esses intervalos de tempo é o que vai permitir que o sujeito se constitua.
E como o tempo é medido pela nossa sociedade? Num primeiro momento o que contava eram os ciclos de colheita: trabalhava-se durante o dia com a luz do sol, colhem-se cada colheita em sua época, etc. Na idade média, o tempo era medido por um protótipo de relógio que ficava em cima das igrejas: o tempo era contado na hora das orações, no dia dos batismos e celebrações religiosas. E finalmente na época em que vivemos o tempo foi contado a partir da revolução industrial, quando era contado a partir do trabalho dos funcionários nas indústrias. Por isso que a forma da constituição do poder é o controle do tempo. A relação entre tempo, consciência e memória. Maria Rita cita uma série de autores que tratam um pouco dessa relação, e um deles diz que o presente não existe. A memória é o que prolonga o antes e o depois. Que é justamente o que o deprimido perde: o sentimento do depois. O deprimido vive num tempo que não passa, porque ele não deseja nada no depois. O presente na modernidade é comprimido, porque acontecem tantas coisas no nosso dia, a gente fala ao telefone em qualquer lugar e qualquer hora, encontra com pessoas, fala, conversa e no fim do dia, quando somos perguntados dizemos: “não tenho nada para dizer”. O efeito da aceleração temporal, já era tratado por Freud, em sua carta a Fliess e depois em Além do Princípio do Prazer, onde se analisa o trabalho da consciência como sendo uma espécie de anteparo para a chegada dos mais variados estímulos ao sistema percepção consciência.
Numa época em que não é permitido ser deprimido, como podemos entender que a depressão adquira um status de epidemia? Maria Rita, atribui a aceleração que marca a vivência temporal do sujeito desvaloriza a vida psíquica o que produz uma profunda sensação de vazio.


Veja esta palestra na íntegra pelo site cpflcultura.com.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A espera da última temporada.

Video promo da última temporada de Lost. A série que é sucesso no mundo interiro chega a sua última temporada, antes de cair na mesmice. Os produtores tomaram como lição o que aconteceu com a série dos anos 90, Arquivo X, que teve pelo menos duas temporadas a mais. Lost chega ao fim sempre atual.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

É proibido proibir?

A partir de ontem a meia noite, está proibido fumar em locais fechados. É a nova lei anti-fumo, lembro do tempo em que a gente saia pra dançar e era aquela fumaceira, gente fumando no meio da pista de dança, queimando a gente com cigarro. Ñem sei como podia fazer isso, mais era assim uma coisa que limitava a nossa liberdade, e o pessoal que fumava, antigamente não estava nem ai, era moda e bonito fumar no meio do salão. Mais agora sair a noite virou um desafio, não pode mais beber nem fumar, o que a gente vai fazer então quando a conversa estiver chata, ou quando a gente não esta em boa companhia? Tomar refrigentente de mais faz mal! E a perseguição contra os fumantes terá tido então seu último episódio? Que mais que dá para proibir. É a neurose coletiva instalada na sociedade de consumo, que consumiu tanto que agora não sabe mais o que fazer, e então proibibe. Primeiro incentiva, e depois que não dá conta proibibe. Seria bom se proibissem a degradação do meio ambiante, a emissão de gases tóxicos, o desperdício de água e de energia. Já que é proibido, que seja banstante, senão o mundo acada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Salve-se quem puder!

Nesta semana, todos os radares de velocidade implantados na cidade de Curitiba estão sendo desativados. Não vamos nem pensar no custo disso, que foi pra colocar e agora vão ficar sem utilidade, vamos pensar apenas no transtorno moral.
De agora em diante este tudo liberado, vão voltar a correr feito uns doidos como se o mundo fosse acabar, e o pior, se você não gosta de correr, vai ter que correr como eles porque senão é buzinada e xingada por tudo quanto é lado. 60 km/h eu me lembro como foi difícil para os motoristas se acostumarem com essa velocidade nas vias rápidas, eu mesma tinha um enorme problema com isso, quando era mais jovem, pra aceitar que 60 km/h dava pra chegar onde fosse. Mais agora depois de tanto tempo voltamos a estaca zero. Educação no trânsito, isso esta longe de acontecer, o único regulador eram os radares, então diziam: “indústria da multa”. Indústria da multa uma ova, cito como exemplo esta que vos escreve, que só levou duas multas até hoje por excesso de velocidade, uma delas porque vinha um ligeirinho (no mais verdadeiro sentido da palavra) colado na minha traseira dando luz alta, então tive de acelerar e acabei levando a multa. Mais esse mesmo cara que aparece na Paraná Educativa dizendo que é “indústria da multa” falou uma vez que os semáforos estão desregulados, que estão fora de sintonia, cuidado é esse o tipo de cara que passa no vermelho e no amarelo e depois sai dizendo nos meios de comunicação que os semáforos em Curitiba estão fora de sintonia. Sabia que em Florianópolis é proibido passar no sinal amarelo? Se fizer isso aqui o cara da Paraná Educativa vai ter um ataque do coração ele e mais um monte de gente que é incapaz de esperar o sinal ficar vermelho pra parar. E por falar em sinal vermelho, bom isso já faz tempo que ninguém mais respeita, só respeitam se vier carro na outra rua, pois se obrigam a parar; porque se vier pedestre, coitados tem que sair correndo senão os carros passam por cima. Já vi até gente na contra mão de direção em plena Brigadeiro Franco às quatro horas da tarde, é mole ou quer mais? Tinha que filmar senão ninguém acredita, foi um sufoco! E depois dizem por aí que mulher é que não sabe dirigir.... Bom só espero que não peguem mais no pé dos guinchos que estão levando tudo quanto é carro que para em local proibido, tudo não senão ia faltar guincho, mais tem mesmo é que dar um susto nessa turma que para em qualquer lugar é só ver um espacinho, já estão enfiando carro. Isso pra não falar dos nossos queridos moto-boys aos quais eu não tenho nada contra porque sempre foram os mais legais no trânsito, ao menos comigo, tem que ficar o tempo todo escapando desse monte de barbeiro. Uma coisa que todo motorista devia fazer é sinalizar mudança de faixa, mais dae já é querer de mais, se costura, não precisa dar seta, não dão seta nem pra fazer curva vão dar pra mudança de faixa de direção? Pra falar dos taxistas, tem que ter um texto só deles, porque o que aprontam não esta escrito, só andam certo quando tem passageiro porque não estão com pressa que aumenta o valor da corrida e tudo mais, senão mantenha distância.
Carro virou em elemento fálico, quem tem carro tem poder e passa por cima dos outros não esta nem aí, quanto mais potente o motor, mais pode o motorista, gentileza pra que? Se o que manda é a potência do motor, gentileza é pra quem não tem um motor V8. E agora que está tudo liberado sem radar sem nada, salve-se quem puder.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Morre Claude Lévi-Strauss


O Portal de Notícias da Globo
03/11/09 - 14h41 - Atualizado em 03/11/09 - 20h10
Morre Claude Lévi-Strauss
Ele é considerado o fundador da Antropologia Estruturalista. Entre 1935 e 1939, lecionou sociologia na USP.
Do G1, com agências


O antropólogo Claude Lévi-Strauss em foto de 8 de junho de 2001.
Foi anunciada nesta terça-feira (3) a morte do antropólogo Claude Lévi-Strauss. A informação é da editora do intelectual, pela qual o falecimento teria ocorrido entre sábado e domingo. Criado em Paris, ele nasceu em Bruxelas em 28 de novembro de 1908. Fundador da Antropologia Estruturalista, é considerado um dos intelectuais mais relevantes do século 20.

Membro de uma família judia francesa intelectual, Lévi-Strauss estudou Direito e Filosofia na Sorbonne, em Paris. Lecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo (USP), de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central.

Ali passou breves períodos entre os índios bororós, nambikwaras e tupis-kawahib, experiências que o orientaram definitivamente como profissional de antropologia.
Em 1955, publicou "Tristes Trópicos" - um registro dessas expedições. No livro, ele conta como a vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.
Jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como única

Após retornar à França, em 1942, mudou-se para os Estados Unidos como professor visitante na New School for Social Research, de Nova York, antes de uma breve passagem pela embaixada francesa em Washington como adido cultural.

"Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele"

Fez parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.

Lévi-Strauss passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos.

Jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como única. Enfatizava que a mente selvagem é igual à civilizada.

As contribuições mais decisivas do trabalho de Lévi-Strauss podem ser resumidas em três grandes temas: a teoria das estruturas elementares do parentesco, os processos mentais do conhecimento humano e a estrutura dos mitos.



Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17º Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha.

Declarou na ocasião: "Fico emocionado, porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".
Bibliografia publicada no Brasil
· Tristes Trópicos (Companhia das Letras, 1996)
· As Estruturas Elementares do Parentesco (Vozes, 2003)
· Antropologia Estrutural (Vol. 1) (Cosac Naify, 2008)
· Antropologia Estrutural (Vol. 2) (Tempo Brasileiro, 1993)
· O Pensamento Selvagem (Papirus, 2005)
· Sociologia e Antropologia, de Marcel Mauss (introdução de Claude Lévi-Strauss, Cosac Naify, 2003)
· O Cru e o Cozido - Mitológicas (Cosac Naify, 2004)
· Do Mel às Cinzas - Mitológicas (Cosac Naify, 2005)
· A Origem dos Modos à Mesa - Mitológicas (Cosac Naify, 2006)
· O Homem Nu - Mitológicas (Cosac Naify, 2009)
Nóticia extraída do portal G1.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Em preparação para o evento de sexta.

Acredito que no seminário com Helena Bicalho, será trabalhado mais uma vez o seminário 16, como foi no começo deste ano. Logo na introdução deste seminário: "A essência da teoria psicanalítica é um discurso sem fala." E é por isso mesmo que temos que estudar muito, já tudo é nada. É como se o analisante chamasse alguém a toda hora e esse alguém nunca respondesse. É como se o analisante procurasse respostas onde só existem perguntas. É a angústia, mais é isso o que move o sujeito, rumo ao seu desejo, para se afastar do sofrimento. É o grande Outro que esta ali, ao mesmo tempo que é cúmplice e objeto de amor, é capaz de despertar um ódio intenso. E para ilustrar essa idéia, vai um poema de Cecília Meireles, que eu me atrevo a chamar o poema do grande Outro:


Novo poema da tristeza.
Deixei passar a ronda lenta
De muitas luas,
Mas a minha tristeza não diminuiu...
Longe, longe,
O céu agora é deserto,
Como se houvesse morrido,
Como se houvesse acabado...
Sozinha, no meu luto,
Ergo a mãos,
Cheias de lágrimas,
Em oferenda...
Eleito, ó Eleito.
Não me vês,
Não me ouves,
Não me queres!...
E vais deixar-me ficar assim
Toda a vida...
Oh! Tem pena, ao menos,
Das aves,
Que podem vir beber
Nas minhas mãos,
E endoidecer depois,
Pelos ares,
Da tristeza que me endoidece...
Eleito, ó Eleito,
Deixei passar a ronda lenta
De muitas luas,
E a minha tristeza não diminuiu!...